quinta-feira, 19 de junho de 2014

Uma vida, uma prisão

                     
     
                  
                                                       Uma vida, uma prisão.

         Eu era uma alma livre, não tinha fome, frio, medo, não precisava trabalhar, não usava roupas, mas um dia tudo isso mudou, e me foi exigido colocar em prática todos os conhecimentos adquiridos com as escolhas que seriam feitas a partir daquele momento.
          Foi então o inicio de uma nova etapa em minha existência com o meu nascimento, no começo estava tudo bom,  não havia mudado muita coisa, mas foi complicando aos poucos, de repente começou uma mudança, aquela água quentinha secou, começaram a me expulsar do meu lugarzinho e veio uma luz forte que machucava os meus olhos, e ai começou o sofrimento, logo de cara já me agrediram com uma palmada para eu  chorar e foi ai que tudo começou.
          O tempo foi passando, fui crescendo e com o crescimento foi aumentando o conhecimento e aproveitando as fases, vivia em um sítio e brincava bastante, mas se machucava bastante também.  
           Comecei a estudar, trabalhar e ai a vida seguia seu rumo normal, mas agora com idade mais avançada começo a perceber que na realidade estou preso a este corpo por um sopro divino, onde sinto fome, frio, medo, raiva, amor, enfim todas emoções possíveis e minha mente não para, muitas coisas que queria fazer não posso ou não consigo devido a debilitação deste corpo ou as regras naturais deste mundo.
            Ultimamente sinto muita dor neste corpo já cansado, e muita desilusão por não ter feito o que sonhava realizar ou colocar em prática meus projetos, e isso acaba comigo, não tenho a mesma saúde de antes, das minhas conquistas se consegui metade que sonhava foi muito.
             Hoje considero uma prisão este corpo o qual esta pesado para carrega-lo, então só me resta observar, viver  com esta desilusão, e com o que Deus prepara  ter a esperança na fé  que um dia vou me libertar e tornar a um corpo incorruptível onde não haverá mais dor e as intempéries deste mundo, onde creio que ficamos presos neste corpo para que possamos sentir as emoções desta terra e aperfeiçoar-nos para assim retornar a origem de tudo.
              E assim na humildade sigo meu rumo, observando e procurando viver sem muitas expectativas ou ganancias, porque debaixo do sol tudo é vaidade.

By: Waldir Galis      


8 comentários:

  1. Tem hora que da uma baita vontade de desabafar
    gritar para o mundo ouvir, tudo que sentimos ou passamos
    Mas temos que acreditar que estamos por aqui só
    de passagem.....E que um dia em algum lugar estaremos
    melhor......Perfeitos aos olhos de Deus.......
    Gostei desse texto.....
    tenha um final de semana melhor
    Abraços
    Rita!!!!

    ResponderExcluir
  2. Oi, Waldir, como vai? Vamos acumulando camadas durante o passar do tempo a ponto de parecer que a vida parece muito pesada... a vaidade é mesmo um fardo e é preciso que busquemos sempre o dom da gratidão e humildade. Um abraço!

    ResponderExcluir
  3. Belo texto Waldir, isso me faz refletir que na realidade muitas coisas que almejamos não são conquistadas, e na maioria das vezes pq não seria benéficas para nós.
    É duro sim como sere humano fraco dá um acerta frieza, mas se formos olhar para tudo que possuímos pode ter certeza que somos privilegiados.
    Precisei perder os movimentos da perna para dar valor ao que realmente importava na minha vida, antes não percebia sabe, a esposa, amigos, família e o maior presente a graça de Deus.
    Este mundo esta perdido e aqui tudo é material, isso pode ter certeza não trás felicidade.
    O que nos completa é servir, ser útil, praticar o bem.
    Não podemos deixar as coisas do mundo entrar em nossa mente e coração, Deus sabe o que faz. Qdo compreendermos isso teremos regozijo.
    Mesmo em uma cadeira não me considero preso, pois ainda penso, sinto, sonho...almejo.
    Ótima reflexão.
    Saudações
    Antonio Pedrosa

    ResponderExcluir
  4. Olá Waldir!
    Eu também gostaria de ainda sentir a proteção do útero da mamãe... mas meu "Pãe" (o do Céu) me deixou ficar ali o tempo suficiente para que eu pudesse sair, apanhar, usar roupas, me alimentar, estudar, trabalhar, enfim tornar-me uma pessoa viva e independente. Meu corpo já me carregou muito e hoje eu o carrego... já reclamei e gritei... tanto que não me sinto prisioneira e penso na maravilha que é ter um corpo formado dentro do útero da mamãe.
    Por que nosso corpo adoece e/ou envelhece? Talvez seja para que tenhamos Humildade e Amor suficientes para quando tivermos que deixá-lo.

    Abração
    Jan

    ResponderExcluir
  5. Belo conto Waldir, creio que com o tempo todos se sentem mais ou menos assim.
    Muitos dos nossos projetos se realizam outros não e há ainda aqueles que acontecem
    sem imaginarmos.
    Tudo aqui é um aprendizado, gostei do gif sabias palavras.

    ResponderExcluir
  6. A vida é isso mesmo. Vivemos.
    Passamos por quase tudo.
    Vivemos.
    Temos histórias para contar.
    Contamos a nossa e a de outros.
    Vivemos.
    Aprendemos que temos muito o que a aprender.
    Erramos nas tentativas de acertos, como também acertamos em nossos erros.
    Vivemos.
    O tempo passa. Não envelhecemos, mas sim nos tornamos mais experientes.
    Acumulamos conhecimento e sabedoria.
    ... é por aí,
    Vivemos!

    ResponderExcluir
  7. Oi Waltinhas,

    Esse texto tocou-me a alma........mas o corpo nao é uma prisao pelo contrário, ele é a ponte do conhecimento rumo a evoluçao.......

    Abçs

    ResponderExcluir
  8. OI WALDIR!
    A TRAJETÓRIA DE UMA ALMA, LÚCIDA, POIS SE DÁ CONTA DO FARDO QUE CARREGA E DO QUAL QUER SE LIBERTAR.
    ACHEI MUITO BONITO O QUE LI AQUI.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

Muito obrigado por deixar seu comentário
Volte sempre!

Meus poemas e contos estão registrados

myfreecopyright.com registered & protected